Sem o transporte sobre trilhos, provocado pela greve dos metroviários e dos ferroviários, a zona leste de São Paulo amanheceu sem conexão com o centro da capital paulista. A partir das 5h30, já não era possível entrar nos ônibus e cerca de 500 pessoas que aguardavam condução em frente à estação Corinthians-Itaquera do Metrô decidiram fechar a Radial Leste, primeiro a pista sentido Centro e depois a pista contrária. Quem tinha conseguido entrar nos coletivos teve de descer. Algumas pedras foram atiradas contra os vidros dos coletivos e pelo menos uma passageira foi ferida no rosto.
No começo da confusão, houve muito bate-boca e alguns pneus de ônibus acabaram murchos. O trânsito ficou totalmente parado. Uma hora e meia depois, policiais militares começaram a se posicionar para tentar liberar a via, com muita conversa e nenhum resultado. O major da PM que comandava a operação dizia que as pessoas que estavam ali eram trabalhadoras e que não havia qualquer intenção de confronto.
Porém, o discurso durou apenas 10 minutos. Por volta das 8h, bombas de efeito moral foram lançadas contra a população e houve rapidamente a dispersão dos manifestantes, que revidaram com pedras. Após a liberação da Radial Leste, os manifestantes foram para as ruas Professor Engenheiro Adevan Machado e para a avenida Miguel Ignácio Curi – local onde o Itaquerão está em construção. Pedras de uma obra do governo do Estado paulista foram utilizadas para fechar a via e mais bombas foram lançadas. Uma mulher foi encaminhada para a delegacia por desacato.
Fonte: Jornal do Brasil